As Mulheres Sempre serão Flores em Qualquer Estação da Vida



As mulheres sempre serão flores em qualquer estação da vida!

Algumas são botões, outras estão começando a florescer.
Há aquelas que são promessas de cores esplêndidas e as que já não têm mais o viço do início da floração.
Há mulheres Margaridas, coloridas e leves.
Há as que são clássicas como as Rosas e as Palmas.
As mulheres despojadas são Flores do Campo.
As requintadas são Tulipas e as raras são Orquídeas.
As Flores-de-Maio, são resistentes, resilientes, rústicas, discretas. Dizem até que dão frutos. O que sei é que quanto mais se dividem, mais se multiplicam e florescem no outono.
Este Blog é de todas elas, porque

As mulheres sempre serão Flores em qualquer estação da vida!

Em tempo: os homens tambem são muito bem vindos!

Flor de Maio


Essas são as Mais Belas Flores desse Jardim!

As Mais Belas Flores do Meu Jardim

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Divã Virtual Pode Ser Real?



Podem me chamar de alienada, “desplugada” ou mesmo de antiquada, tanto faz, não ligo. Continuo achando tremendamente estranho alguém se propor a fazer um tratamento ou um atendimento psicoterápico apenas via internet.

Quando li a respeito pela primeira vez pensei: “Talvez seja uma boa maneira solucionar o problema de quem esteja doente ou com dificuldade momentânea de locomoção.”.

Depois, observando com mais cuidado as notícias que surgiam, percebi que não estávamos falando apenas de situações excepcionais, mas de um atendimento psicoterápico virtual em substituição à psicoterapia convencional. Entrando em um site que oferecia essa “nova terapia”, fiquei chocada ao ler que esta era mais econômica em termos de valor das sessões e de tempo. Mas a maior vantagem apontada pelo site em questão era a possibilidade de se ter um “terapeuta virtual portátil”, já que ele poderia ir com você a qualquer parte do mundo, estando disponível sempre que necessário.

Tudo isso me causou um enorme sentimento de tristeza e decepção...

Nunca pensei que a distância terapêutica que tantos defendem pudesse ir tão longe...

Na minha cabeça, o que caracteriza a psicoterapia é _ como diz Yalon_ o encontro de duas personalidades dispostas a discutir o problema de uma delas.  É estar presente, terapeuta e paciente, é conseguir chegar mesmo quando o trânsito e o coração não querem sair do lugar. É enfrentar o olhar, é olhar-se. Para ser um verdadeiro terapeuta muitas vezes é preciso ser firme, mas também é preciso se sensibilizar, não ter medo de se aproximar e, a despeito de qualquer teoria, apoiar,  abraçar.

Quanto ao tempo, não acho que devemos economizá-lo, mas sim otimizá-lo. Até porque, tempo não se economiza ele se gasta sozinho. Em terapia, o tempo significa investimento em si mesmo e no processo terapêutico. Funciona como ferramenta de mudança na medida em que, muitas vezes, temos que reorganizar nossa agenda, enfrentar distâncias a fim de resgatar um espaço em nossa própria vida.

Não vejo qualquer vantagem em ter um “terapeuta portátil”, ao contrário. O processo terapêutico deve ser passageiro, não pretendendo criar dependências, mas sim libertar o sujeito de suas próprias prisões.

Quantas vezes ouvi pessoas arrasadas, ofendidas ou “quase deprimidas” porque ninguém “curtiu” o que elas postaram no Facebook. Quantas vezes perguntei sobre a vida social de um paciente e obtive como resposta: “ah, está tudo ótimo, afinal em tenho 500 amigos no Face”. Quantas vezes vi situações como as do filme “Atração Fatal” serem reeditadas de forma digital.

A Internet é uma realidade e, como tal, pode ser tanto boa quanto ruim, dependendo do uso que dela se faça. Acho fantástica a rapidez das informações, o acesso fácil ao conhecimento científico e o reencontro de pessoas que fizeram parte de nossa vida e que, sem os recursos da tecnologia, talvez não pudessem fazer parte do nosso presente também. Mesmo assim, ela não substitui os reencontros, os abraços e os amigos do mundo real. Ela é apenas mais uma ferramenta que a tecnologia colocou ao nosso alcance para facilitar a vida, não para substituí-la.

Não sou contra os avanços tecnológicos, considero-os imprescindíveis. Não sou contra a Internet, como já disse anteriormente. Não sou contra o Facebook (embora goste mais de Blogs, quando interessantes, é claro!), já que ele pode servir de ponto de encontro de pessoas que não se viam há séculos. Não sou contra quem quer ter um milhão de amigos virtuais, desde que não deixe de ter amigos reais.

Na minha área, o que importa na maioria das vezes é a quantidade e não a qualidade de um sentimento ou de um comportamento. Eu explico: todo mundo pode ficar um pouco paranoico andando na linha vermelha depois de meia noite, todo mundo pode sentir raiva, medo ou amor. O que realmente interessa é se esses sentimentos e  comportamentos ultrapassam a quantidade ideal e levam ao sofrimento de quem os tem ou daqueles com quem ele convive. Acho que para o caso da terapia virtual este conceito também é válido, desde que a quantidade não ultrapasse a necessidade. Ou seja, que a terapia virtual possa ser mais uma ferramenta de auxílio, quando a psicoterapia convencional não puder ser realizada.

Enfim, podem me chamar de antiquada, resistente ou “desplugada”, pouco importa. O que realmente importa é pensarmos até que ponto nós estamos nos deixando levar pelo imediatismo e comodismo da Internet. Pagamos contas, fazemos compras, falamos com pessoas distantes.

O processo terapêutico causa incômodo,exige esforços, além de muita coragem do paciente. Mas que, pelo menos ali, sejamos reais e não seres virtuais.
Boa Semanaa todos!
Bjs :)
Flor de Maio